sábado, 11 de abril de 2009

As crônicas de Loeni

As crônicas de Loeni

Mesmo acordando com a serra elétrica do vizinho e um monte de folhas de mangueira por toda a casa, acordei de bom-humor. A velha preguiça de tomar banho frio de manhã e o bolo de chocolate de ontem me esperando aguando a boca sobre a mesa. A vizinha escutava “baixo” a missa das seis, o terço da 8:00 e o canto das 9:00. Toda aquela música horrorizando meus ouvidos parecia tão linda quanto o som do meu violão de quatro cordas mal-afinado que só tocava duas músicas:

D D4 A G ou D A B G sem parar... Sem parar.

Eu até queria tocar outras, as musicas das novelas ou smell like teen spirit de Nirvana, mas meus dedos eram tortos, finos e pequenos como os de uma criança, mas não há desculpas eu era péssima mesmo em minhas músicas.

Aos 13 anos meu professor de redação disse que eu não deveria escrever mais, que tudo isso não levava a nada, talvez sim, talvez. Mas eu não consigo me manter com uma caneta sobre as mãos senão rabiscando minhas músicas sem ritmo e poesias de flores e borboletas sem fim.

Não acho que se possa dizer a uma criança que desista de seus sonhos. Se você não canta, você toca ou canta, se você não escreve você desenha e assim cada um com seu dom. Foi assim que eu nasci, numa tarde de sol, num quarto escuro e acinzentado, no meio de papéis e livros que às vezes lia.

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